É possível identificar semelhanças e diferenças entre as diversas MEC. Foi estabelecido um critério para classificação das modalidades esportivas que considera toda situação motora como um sistema de interação global entre o sujeito atuante, o entorno físico e os outros participantes eventuais. Primeiro, a ação desenvolve-se num espaço separado e com a participação sobre a bola de forma alternada. Segundo, é constituído por aquelas modalidades em que as duas equipes utilizam um espaço de jogo comum, e a forma de intervenção ou ação sobre a bola é de modo alternado. Terceiro, as modalidades que desenvolvem sua ação em um espaço comum e com participação simultânea sobre a bola.
Na nossa realidade de prática das MEC, vale a pena observar as que constituem o segundo e o terceiro grupo. Sendo assim, as semelhanças entre esse grupo de MEC são mais uma vez observada, pois são modalidades de esforços intermitentes, mistos e que se existe luta direta pela posse da bola.
Estrutura funcional
A relação ataque/defesa e a relação cooperação/oposição, a estrutura funcional das MEC. A situação de ataque ou defesa é determinada pela posse ou não da bola. A primeira definição da posse da bola acontece no inicio do jogo, com disputa direta da bola, como no basquete, ou através de um sorteio, como no futebol e outros esportes.
· Após marcar um gol ou ponto, com exceção do voleibol e outras MEC com rede, em que, após marcar o ponto, a equipe conserva a posse de bola, passando-a a outra equipe após o saque;
· Após o ataque cometer alguma falta à regra.
· Após o ataque permitir que a bola saia dos limites do campo de jogo.
· Após a defesa recuperar ativamente a bola.
As situações de ataque e defesa estabelecem a relação de oposição.
· Ações com a posse de bola
Ø Finalizar;
Ø Passar;
Ø Progredir com a bola utilizando fintas.
· Ações de ajuda ao portador da bola;
Ø Desmarcar-se para receber a bola;
Ø Bloquear o deslocamento do defensor.
Na defesa, seguido os princípios apresentados, as ações podem ser;
· Interceptar a bola;
· “Roubar” a bola das mãos ou pés do adversário;
· Atrasar ou parar os movimentos atacantes até a meta.
O voleibol, como já apresentado, apresenta algumas diferenças em relação a outras MEC. A presença de uma rede entre as duas equipes, a impossibilidade de penetrar o acampo adversário e a anulação de qualquer contato físico entre as equipes.
O principio da conservação de bola parece ser reduzido, pois a equipe adversária não pode recuperá-la ativamente, ou seja, não intercepta os possíveis passes do atacante, dependendo a conservação assim, exclusivamente, dos companheiros da equipe atacante.
Todo jogador, em função do objetivo comum da sua equipe, deve ajudar seus companheiros e comunicar-se com eles. Jogar de acordo com os mesmos princípios e utilizando os mesmos fatores, representa a linguagem que possibilita a compreensão mútua. Por outro lado, cada equipe, com seu próprio objetivo comum, contra comunica-se com a adversária. Nessa situação de oposição e cooperação, surge o problema fundamental das MEC: coordenar as ações com a finalidade de recuperar, conservar e fazer progredir a bola, tendo como objetivo criar situações de finalização e marcar o gol.
Em função dessa inter-relação, o desafio básico de cada jogador é cooperar com seus companheiros. A partir daí, surgem três grandes categorias de subproblemas, plano espacial e temporal, plano da informação e plano da organização.
Componentes
Para que o jogador consiga lidar com todas essas características da MEC, é preciso que ele interaja também com todos os componentes que forma esse grupo de modalidades.
É importante distinguir tática de estratégia, pois muita confusão é feita com os dois termos, gerando imprecisões conceituais, a tática muitas vezes se confunde com a estratégia. A estratégia representa o que está previsto antecipadamente, enquanto a tática é a adaptação instantânea das estratégias às configurações do jogo e à circulação de bola frente à oposição.
De uma forma geral, um bom resultado tático depende do desenvolvimento de competências especificas para cada fase. Para que as duas primeiras fases citadas sejam desenvolvidas com sucesso. A percepção tem como função filtrar as informações que chegam ao individuo e decodificá-las de forma tal, que este possa reconhecer a natureza e a composição do meio ambiente. A percepção é largamente influenciada por concentração, a partir das informações percebidas, o jogador tem que decidir qual a ação executar. Afirma-se que é necessária a antecipação para a decisão, a tomada de decisão é influenciada por diversos fatores que se inter-relacionam, ela é influenciada pelos valores sociais do grupo de que os jogadores fazem parte e pelos motivos pessoais a respeito da atividade.
Os conhecimentos de que o atleta dispõe possibilitam-no orientar-se com prioridade para certas seqüências de ações em detrimento de outras.
É possível concluir, então que a aquisição de informação é fundamental na prática das MEC e deve ser cultivada desde o começo, para permitir ao jogador os diferentes elementos nas situações que atravessa situações jamais idênticas e sempre renovadas.
A técnica é entendida como a execução do movimento, especifico para cada modalidade, aquele que aprende uma técnica deve entender para que pode utilizá-la e deve conhecer a situação.
Isso indica que, para que a técnica seja funcional, deve adaptar-se de forma inteligente às situações de jogo, ou seja, deve ser um processo intencional para a solução adequada de um dado problema.
Modalidades de jogo
· Futebol; espaço de jogo – comum, estrutura funcional – ataque-defesa, participação – simultânea.
· Basquete; espaço de jogo – comum, estrutura funcional – ataque-defesa, participação – simultânea.
· Futsal; espaço de jogo – comum, estrutura funcional – ataque-defesa, participação – simultânea.
· Handebol; espaço de jogo – comum, estrutura funcional – ataque-defesa, participação – simultânea.
· Hóquei; espaço de jogo – comum, estrutura funcional – ataque-defesa, participação – simultânea.
· Pólo aquático; espaço de jogo – comum, estrutura funcional – ataque-defesa, participação – simultânea.
· Rugby; espaço de jogo – comum, estrutura funcional – ataque-defesa, participação – simultânea.
· Voleibol; espaço de jogo – separado, estrutura funcional – cooperação-oposição, participação – alternada.
· Tênis em duplas; espaço de jogo – separado, estrutura funcional – cooperação-oposição, participação – alternada.
· Badminton; espaço de jogo – separado, estrutura funcional – cooperação-oposição, participação – alternada.
POR Bernadete R.
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