sexta-feira, 15 de julho de 2011

Salto em distância

 Histórico
O Salto em comprimento ou salto em distância é uma modalidade olímpica de atletismo.
A prova tem uma longa tradição e apareceu pela primeira vez nos Jogos Olímpicos antigos como parte integrante do pentatlo. Na antiguidade, os atletas saltavam com halteres nas mãos, para ajudar no balanço e elevar o momento.Chionis de Esparta foi o atleta mais bem sucedido dos Jogos Olímpicos antigos, que ficou famoso pelo seu salto de 7.05 m.
O salto em comprimento esteve presente em todas as edições de Jogos Olímpicos da era moderna. O primeiro campeão olímpico de salto em comprimento foi o estado-unidense Ellery Clark, que venceu a prova com um salto de 6.35 metros. O evento de senhoras surgiu pela primeira vez nos Jogos de 1948. A primeira vencedora foi Olga Gyarmati da Hungria.
Desde Atenas 1896 até hoje, o recorde de salto em comprimento evoluiu bastante. Em 1896, o recorde era de 6,35 metros (cerca de três carros e meio); hoje em dia é de 8,95 metros (cerca de cinco carros), reflectindo a evolução da táctica de salto dos competidores.
O record do mundo de salto em comprimento pertenceu a Bob Beamon (EUA) durante 23 anos, com a marca de 8.90 m, obtida nos Jogos Olímpicos de Verão de 1968, realizados no México. O salto foi obtido em altitude, com 2 m/s de vento traseiro e foi superado apenas em 1991, por Mike Powell que alcançou a marca de 8.95 m e mantém o actual record.
Alguns atletas lusófonos de destaque no salto em comprimento são Maurren Maggi, Carlos Calado, Naide Gomes , Nélson Évora e Jadel Gregório. Carl Lewis ganhou a medalha de ouro em quatro jogos olímpicos consecutivos (1984 a 1996). Jesse Owens ganhou a prova nos Jogos Olímpicos de Verão de 1936 em Berlim, com a ajuda dos conselhos do alemão Lutz Long, que acabou por arrecadar a medalha de prata.

Conceito 
As técnicas utilizadas nos esportes estão sujeitas as mesmas leis físicas que governam todos os movimentos. Portanto, utilizando este conceito, a Biomecânica tem contribuído de forma decisiva na análise e melhora do desempenho do atleta nas provas de saltos.
O comportamento do centro de gravidade do atleta durante a fase do salto propriamente dito pode ser descrito como um lançamento oblíquo. Isto é, o movimento de um corpo quando lançado ao ar com um certo ângulo (entre 0 e 90 graus) com a horizontal.Nesta condição, desprezando a resistência do ar, age apenas sobre o corpo a força da gravidade, ou força peso, na direção vertical e para baixo. É importante frisar que durante a fase de vôo do atleta, não há nenhuma força na direção horizontal atuando sobre ele. Este fato tem uma importante conseqüência sobre o movimento do atleta: durante a fase de vôo, o centro de gravidade do atleta move-se com velocidade constante. Isto é uma conseqüência direta das leis de movimento da mecânica enunciadas no século XVII pelo físico inglês Issac Newton (leia sobre as leis de Newton em A primeira lei de Newton diz que "Todo corpo permanece em estado de repouso ou de movimento uniforme, em linha reta, a menos que uma força externa atue sobre ele". O fato de analisarmos o salto separadamente na direção vertical e direção horizontal é um outro importante princípio na Mecânica: os movimentos nas direções ortogonais, no caso horizontal e vertical, são independentes, no sentido que uma força que atua em apenas uma dessas direções não altera o movimento na direção perpendicular.
 Regras básicas
• Os saltadores correm em uma pista emborrachada em direção a um fosso de cascalho ou de areia.
• Enquanto corre pela pista, o saltador se aproxima da plataforma de decolagem de madeira.
• Os atletas pulam o mais longe possível na plataforma e saltam para dentro do fosso.
• O saltador lança ambos os pés à frente de seu corpo enquanto está no ar.
• Assim que o saltador alcança o fosso, seus pés pousam primeiro e essa se torna a marca para a medição.
• O salto é considerado ilegal (ou uma “falta”) se o saltador inicia o salto com seus pés à frente da plataforma de decolagem.
• O atleta pode iniciar o salto antes da plataforma de decolagem, mas a distância do salto ainda será medida a partir da plataforma.
• É do interesse do atleta iniciar seu salto o mais próximo possível à parte frontal da plataforma de decolagem, sem ultrapassá-la.
• Se o salto é legal, o oficial da prova medirá a distância desde a plataforma de decolagem até o local em que o saltador tocou a areia com os pés.
• A distância percorrida por um saltador geralmente é conhecida como “marca” porque essa é a distância até a marca mais próxima feita na areia a partir da borda da plataforma de decolagem.
•Tradicionalmente, os atletas podem executar três saltos, mas apenas o melhor deles será computado.
• Competições de nível mais alto dividem o salto em duas eliminatórias: as seletivas e as finais. 
Características dos atletas de salto em distância

Saltadores levam ao pé da letra o 'mais alto, mais forte, mais longe' que rege as disputas de uma das modalidades mais tradicionais do esporte.

O lema olímpico "Mais alto, mais forte, mais longe" pode muito bem ser relacionado aos saltos do atletismo, não só nas óbvias ligações com os saltos em distância e triplo ("mais longe") e com os saltos em altura e com vara ("mais alto"). Com a evolução do esporte, os atletas de cada prova tiveram que desenvolver a força, além de características próprias de cada modalidade.

No salto em altura é normal encontrar homens entre 1,90m e 2m e mulheres com cerca de 1,80m. É preciso explosão muscular, coordenação e grande flexibilidade. Além da altura, no salto com vara ainda é preciso ter habilidades de ginásta e acróbata para passar do sarrafo.
Grandes saltadores em distância também são bons velocistas. E no salto triplo o atleta precisa de um físico maduro para não ter as articulações prejudicadas pelo forte impacto do primeiro e do segundo saltos.
Técnica do salto em distancia
Constituem-se basicamente de dois tipos de movimentos, os cíclicos e os acíclicos.
Tem como objetivo: superar forças - atrito, gravidade e resistência.
São compostos de 4 fases: aceleração, impulsão, vôo e queda.
Fases do salto em distância:
11.1. Corrida de Aproximação:
Objetivos: Levar o indivíduo a uma posição ótima para a impulsão com tanta velocidade quanto se possa controlar em eficiência.
Complemento: varia de acordo com a capacidade de adquirir velocidade do indivíduo e do seu nível técnico em média de 39 a 45 metros (17 a 22 passos)
Fases: Preparação, aceleração e manutenção.
Adaptação: varia de 3-4 passos; ocorre um rebaixamento do centro de gravidade e a penúltima passada é maior e a última menor.
11.2. Chamada: 
Objetivos: obter velocidade (elevação) procurando matner a velocidade horizontal tão alta quanto possível. É a fase mais importante e mais difícil do salto. Tem a duração média de 11-13 centésimos de segundo.
Apoio - feito de forma ativa ("patada"), num ângulo de flexão de pernas de aproximadamente 170 graus e de 118 a 120 graus com o solo.
Absorção - através da pequena flexão das articulações dos tornozelos, joelhos e quadris;Extensão - rotação de membros iniciado pelo quadril, braços assimétricos e perna de elevação; extensão dos joelhos impulsora (para trás e para baixo); corpo ereto; ângulo de saída entre 18-22 graus.
11.3.Vôo: 
Objetivos: criar uma posição ótima do corpo para se obter uma queda controlada (evitar rotação do tronco para frente).Inicia-se com a perda do contato com o solo e o saltador não poderá modificar a trajetória da parábola do centro de gravidade a pós ter perdido o contato com o solo, termina ao segmentos do corpo e o centro de gravidade de modo a facilitar as ações da queda.Técnicas: grupado; peito (extensão) e tesoura.
11.4.Queda: 
Objetivos: posicionar o corpo de modo a facilitar as açòes para o melhor aproveitamento das massas corporais nos movimentos de rotação em busca da melhor eficiência do salto (menor CIII). Procurar diminuir ao máximo as forças de reação do solo.
Técnicas: rotação frontal e rotação lateral.
Como executar o Salto em Distância:
Sem reduzir em absoluto a velocide adquirida, coloque o pé de impulsão sobre a tábua. O outro será lançado à frente como um passo de corrida, mas com maior elevação, direcionando o movimento. Simultaneamente ambos os braços e principalmente o correspondente ao pé de impulsão serão lançados à frente, elevando os ombros.
A velocidade adquirida será aproveitada para dar maior amplitude ao salto, pois também a amplitude dependerá da altura proporcionada ao salto que poderá ser obtido com uma enérgica extensão de pernas de impulsão, obtendo um bom lançamento com a outra perna.
Vôo: Braços extendidos e levados atrás simultaneamente, as pernas e todo o corpo distende-se projetando o quadril à frente. No movimento do salto, o pé de impulsão ao perder contato com o solo deverá permanecer inativo, isto é , a perna prosseguirá sem tensão pois progressivamente se levará à frente.
Queda: Antes da caída se extenderão as pernas acima à frente com grande energia. E se lançarão os braços para frente e pra baixo, tendo a sensação de que o tronco gira as pernas. Quando os pés tocam o solo, a pelvis será impulsionada para frente assim como os braços para impedir que se desequilibre e cáia com os braços atrás. Ao cair junte os calcanhares.

 Componentes, medição e regras
Esse salto é efetuado em uma área dividida em três segmentos: uma pista de impulso com um mínimo de 45m de comprimento; uma tábua de madeira maciça com 1,22m de comprimento, 20cm de largura e 10 de espessura, fixada ao solo ao nível da pista de impulso, antes da caixa de areia e a caixa em si, onde o atleta deve cair ao saltar. O solo da pista de impulso pode ser de saibro, terra fina ou carvão e podendo ser utilizado o tartan.
12.1. Como saltar: 
Primeiro o atleta se concentra para saltar, imagina mentalmente seu salto e em seguida inicia uma corrida em direção a caixa de areia: começa devagar e vai aumentando gradativamente a velocidade. Estabiliza a velocidade e bate o pé em que tem maior destreza (mais domínio de movimetos) na tábua de salto (aproximação) e se impulsiona para saltar.
Obs: a impulsão só pode ser feita com o pé de apoio na tábua de salto. Se o atleta queimar, colocando o pé fora da tábua, o salto será considerado como uma falha.
Feita a impulsão, o saltador lança a perna, que está livre para a frente ganhando elevação e desenvolvimento horizontal.

12.2. Medição e Regras: 
A distância do salto será medida do ponto em que o saltador tocou a areia até a tábua de salto. Se o saltador, ao cair colocar as mãos para trás para se apoiar, será medido a partir do local em que tocou o chão com as mãos.
O existe uma linha limite para o salto que fica na borda da tábua e deve ser coberta de areia mais fina, cal ou outro material que possibilite registrar a impressão do pé do atleta, se caso ele pisar além da linha. Geralmente só pode cometer 2 dessas faltas a terceira o atleta está fora.
O atleta pode tentar apenas três saltos onde será computado o melhor deles. A medida do salto, geralmente, é feita em ângulo reto, do ponto atingido pelo atleta, com qualquer parte do corpo, na caixa de areia, até a linha limite. Considera-se como ponto atingido a marca mais próxima a essa linha limite. Se o atleta cair fora da caixa de areia é considerado falta. Se isso se der na terceira tentativa, o saltador é eliminado, pelo juiz da prova ou seus auxiliares. 

12.3. A distância aferida se divide em três:
Distância horizontal "CI"- É a distância entre a extremidade distal da tábua de impulsão e a projeção vertical do centro de gravidade no momento da impulsão.
Distância de vôo "CII - Distância entre o fim da impulsão e o momento do ataque
Distância de queda "CIII"- Distância entre a projeção da curva da parábola e o toque aferido.
12.4. Fatores que determinam as distâncias:
CI: Capacidades físicas, precisão da impulsão, posição do corpo no momento da impulsão;
CII: Altura do centro de gravidade, ângulo de saída e velocidade da saída
CIII: Posição do corpo e ações na queda.

 Campeões das ultimas 5 olimpíadas 
1992 - XXV Olimpíada - Barcelona, Espanha
medalhistas femininas                                  medalhistas masculinos
Ouro: Heike Dreschler (Alemanha)           Ouro: Carl Lewis (EUA)
Prata: Inessa Kravets (CEI)                       Prata: Mike Powell (EUA)
Bronze: Jackie Joyner-Kersee (EUA)       Bronze: Joe Greene (Estados Unidos)

1996 - XXVI Olimpíada - Atlanta, Estados Unidos
Medalhistas femininas                                 Medalhistas masculinos
Ouro: Chioma Ajunwa (Nigéria)                   Ouro: Carl Lewis (EUA)
Prata: Fiona May (Itália)                              Prata: James Beckford (JAM)
Bronze: Jackie Joyner-Kersee (EUA)         Bronze: Joe Green (EUA)

2000 - XXVII Olimpíada - Sydney, Austrália
Medalhista femininas                                   Medalhistas masculinos
Ouro: Heike Drechsler (Alemanha)            Ouro: Ivan Pedroso (Cuba)
Prata: Fiona May (Itália)                             Prata: Jai Taurima (Austrália)
Bronze: Marion Jones (EUA)                     Bronze: Roman Schurenko (Ucrânia)

2004 - XXVIII Olimpíada - Atenas, Grécia
Medalhistas femininas                                    Medalhistas masculinos
Ouro: Tatyana Lebedeva (Rússia)               Ouro: Dwight Phillips (EUA)
Prata: Irina Simagina (Rússia)                     Prata: John Moffitt (EUA)
Bronze:Tatyana Kotova (Rússia)                 Bronze: Joan L. Martinez (Espanha)2008 - XXIX Olimpíada - Pequim, China

Medalhistas femininas                                          Medalhistas masculinos
Ouro: MAGGI Maurren Higa (BRA)                    Ouro: Saladino A. I. Jahir (PAN)

Prata: LEBEDEVA Tatyana (RUS)                     Prata: Mokoena K.(Afica do Sul)

Bronze: OKAGBARE Blessing (NIG)                 Bronze: Camejo Ibrahim (CUB)

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